quarta-feira

Comecei com uma conversa sobre Proust, emendei com uma história de fetiche costurada com gíria e nomes sujos. É um jeito fácil de parecer interessante, fazer uma mistura entre o clássico e o underground tentando desnortear o alvo e criar a ilusão de múltiplas possibilidades.

Na beira da praia fiquei nua na sua frente já que nem mesmo todos os meus esforços e shorts cavados daquele verão foram suficientes para convencê-lo de que não, eu não era a garota proibida do papai, mil machados não pesavam sobre a minha cabeça e de quem mais se aproximasse. Tentei parecer segura e livre e despida mergulhei na água morna da noite, esperando que o apelo do meu corpo o fizesse decidir.

Até o fim foi assim, mesmo nos outros dias todos em que me chupava os dedos e não havia lençóis que bastassem para os nossos fluidos, mesmo quando tudo aquilo que hoje preferimos calar turvava o nosso olhar, sempre houve nele algo que fugia, como se no bolso trouxesse um canivete alerta, a apreensão resumida num guarda-chuva de reserva.

2 comentários:

Anônimo disse...

Priscila é uma incógnita que sempre me fascina. Adoro vc, viu?! Beijos!

memórias de priscilla disse...

Querida, sou tua fã! Obrigada pelo carinho, faz um calorzinho no meu peito.
Beijo!