De tanto eu insistir, finalmente aceitou apresentar-me aos seus amigos durante jantar que seria preparado por mim segundo as suas condições.
Eu devia deixar tudo ajeitado antes para não me ocupar durante a festa, e devia usar saia. Simples assim, festejei a conquista tão esperada e cuidei encantada dos preparativos.
_ Acho que está tudo pronto, estou bem assim?
_ Venha cá.
Fez-me debruçar sobre a mesa e aos pés dela algemou minhas mãos, vendou-me. Mesmo surpresa, algo receosa, não ousei fazer perguntas, não o agradavam e eu achei melhor dar-me por satisfeita que tivesse atendido aos meus pedidos, de toda forma por certo logo me soltaria, os convidados estavam para chegar. Esperei.
Afligiu-me o toque da campainha, e certa angústia me tomou quando ouvi vozes na sala antes de ser solta; que eu devia fazer, dizer boa noite, como vai?
_ Essa é a moça que eu queria te apresentar.
Silêncio.
Risos.
_ É linda, parabéns.
_ Venha, o que você bebe? Tem um vinho ótimo aqui.
Puseram-se a conversar como se eu não estivesse lá, e assim foi com os demais que chegaram, não sei quantas vezes a campainha tocou, quantas vozes diferentes zumbiam ao meu redor quando uma mão alisou-me a coxa. Ai. O riso dele, bonachão.
_ Pode apalpar à vontade, ela estava mesmo louca para conhecer vocês.
De quando em quando uma mão nos meus cabelos, sob a saia, sob a blusa, um dedo na boca que apenas entreabri mortificada, já não sabia se meu corpo parecia estalar pela dor da posição continuada ou pela tensão ininterrupta.
Depois de algum tempo começaram as despedidas, algumas acompanhadas de tapinhas no meu traseiro e agradecimentos pelo jantar, uma lágrima de alívio me escapou. Finalmente o silêncio outra vez, e então o barulho da chave nas algemas, deixei-me cair ao chão, encolhida, arfando, apalpando os braços.
_ Gostou do pessoal? Eles adoraram você.