Azul, verde, marrom, verde, verde, verde, marrom, verde, verde, azul, azul, azul, azul.
Corríamos pelo canavial. Verde, verde, azul, azul, ssssssssit.
Vermelho.
_ Ah!
_ Que foi?
_ A folha cortou o meu braço.
_ Oh. Deixa ver.
Lambeu.
_ Eca, você não tem nojo?
_ Não, é doce, ó.
Lambia.
_ Hum, arde, e faz cócega, pára.
_ Não, espera, deixa.
_ Hahaha. Não, cócega, aí não cortou.
_ Mas aqui é doce.
_ Eca, aí é fedido, você tem cada gosto.
_ Não é, boba, é doce e ardido. Você ainda não tem pêlos?
_ Tenho! Já tenho, sim.
_ Tem nada. Meu pai diz que quando a gente está crescido aparecem os pêlos embaixo do braço. Você acha que já é moça?
_ É claro que sim.
_ Você já beijou?
_ Claro, muitas vezes.
_ Mentira.
_ Mentira nada.
_ Então me mostra.
_ Não!
_ Anda, me mostra.
_ Não, pára, me solta.
_ Aposto que eu beijo melhor do que você.
_ Beija nada.
_ Você nem sabe beijar que eu sei.
_ Então tá. Ó.
O mundo tremia no ritmo das cigarras, besouros, abelhas zonzas, as cores todas vibrando sob o sol forte e tudo era a Grande Ópera do Sítio, nossas bocas grudadas como ato final, dali para frente só correndo muito, todo o caminho de volta, pro coração voltar a bater.
Corríamos pelo canavial. Verde, verde, azul, azul, ssssssssit.
Vermelho.
_ Ah!
_ Que foi?
_ A folha cortou o meu braço.
_ Oh. Deixa ver.
Lambeu.
_ Eca, você não tem nojo?
_ Não, é doce, ó.
Lambia.
_ Hum, arde, e faz cócega, pára.
_ Não, espera, deixa.
_ Hahaha. Não, cócega, aí não cortou.
_ Mas aqui é doce.
_ Eca, aí é fedido, você tem cada gosto.
_ Não é, boba, é doce e ardido. Você ainda não tem pêlos?
_ Tenho! Já tenho, sim.
_ Tem nada. Meu pai diz que quando a gente está crescido aparecem os pêlos embaixo do braço. Você acha que já é moça?
_ É claro que sim.
_ Você já beijou?
_ Claro, muitas vezes.
_ Mentira.
_ Mentira nada.
_ Então me mostra.
_ Não!
_ Anda, me mostra.
_ Não, pára, me solta.
_ Aposto que eu beijo melhor do que você.
_ Beija nada.
_ Você nem sabe beijar que eu sei.
_ Então tá. Ó.
O mundo tremia no ritmo das cigarras, besouros, abelhas zonzas, as cores todas vibrando sob o sol forte e tudo era a Grande Ópera do Sítio, nossas bocas grudadas como ato final, dali para frente só correndo muito, todo o caminho de volta, pro coração voltar a bater.